Os tipos de inovação além da tecnológica.

Em um mercado saturado e em constante mudança, inovar é essencial. No entanto, muitos líderes e empreendedores limitam sua visão de inovação ao desenvolvimento de novos produtos, ou ainda, apenas a relacionando a tecnologia.


Você provavelmente já se pegou pensando no que realmente significa “inovar”? Essa palavra tão comum, mas que muitas vezes escapa de uma definição clara. Para trazer luz a essa questão, o Manual de Oslo nos oferece uma definição essencial, sendo a inovação:

a implementação de um produto novo ou significativamente aprimorado (bem ou serviço), um processo novo, um novo método de marketing ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas.

É importante ainda estar atento aos seguintes pontos-chave dessa definição, para que haja inovação:

  • Implementação: A inovação não é apenas uma ideia ou invenção; o que difere ela desses conceitos é que ela precisa ter sido implementada com sucesso.
  • Novidade ou Aprimoramento Significativo: O elemento de novidade é importante. Pode ser algo completamente novo ou um aprimoramento substancial de algo que já existe.

O Manual de Oslo vai além da ideia de inovação puramente tecnológica, abrindo um leque de possibilidades. Ele nos apresenta os seguintes tipos de inovação:

  • Inovação de Produto: Introdução de um novo bem ou serviço, ou um aprimoramento significativo em bens ou serviços existentes.
  • Inovação de Processo: Implementação de um novo ou aprimorado processo de produção ou entrega.
  • Inovação de Marketing: Implementação de um novo método de marketing que envolve mudanças significativas na concepção do produto, embalagem, posicionamento, promoção, precificação ou distribuição.
  • Inovação Organizacional: Implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do local de trabalho ou nas relações externas.


O Manual de Oslo, publicado pela primeira vez em 1992 pela OCDE, nasceu da necessidade de uniformizar e refinar a forma como países mediam e compreendiam a inovação em suas economias. Ele nos deu uma base definindo inovação não apenas como uma ideia, mas como uma implementação bem-sucedida de algo novo ou significativamente aprimorado, seja um produto, processo, método de marketing ou organizacional. Essa abordagem pragmática estabeleceu um padrão global para a coleta de dados e análise da capacidade inovadora das empresas e nações.

Décadas depois, em 2013, Larry Keeley, com seu livro “Os 10 Tipos de Inovação”, nos apresentou um mapa ainda mais detalhado e acessível para navegar no universo da inovação. Embora Keeley não cite explicitamente o Manual de Oslo como uma influência direta para sua tipologia, suas ideias convergem de forma notável. Ambos os trabalhos compartilham a premissa de que a inovação vai muito além da tecnologia.

Keeley expande essa visão, categorizando a inovação em dez áreas distintas, que vão desde o lucro até a cadeia de suprimentos, passando por processos e ofertas de produtos , oferecendo um arcabouço prático e inspirador para que empresas de todos os portes possam identificar, desenvolver e implementar suas próprias estratégias inovadoras, muitas vezes encontrando um terreno fértil nas definições e nos princípios estabelecidos pelo Manual de Oslo.



Os 10 tipos de inovação

O framework “The Ten Types of Innovation” de Larry Keeley é uma ferramenta poderosa que organiza a inovação em três categorias principais, desmistificando a ideia de que inovar é apenas criar algo novo:

  1. Configuração: Concentram-se em aspectos mais internos do empreendimento e seu sistema de negócio.
  2. Ofertas: Fala sobre um produto ou serviço central ou de um conjunto de produtos e serviços de um empreendimento.
  3. Experiência: Elementos do empreendimento que estão voltados para o cliente.

Essa estrutura permite que você analise e planeje suas iniciativas de inovação de forma holística, indo além do foco exclusivo no produto.

Para times e profissionais que trabalham focados na melhoria da experiência de uso do produto (UX), reparem que, embora exista uma categoria que fale especificamente sobre experiência, todos os 10 níveis abordados atuam na experiência de alguma forma, seja no valor percebido do negócio, na usabilidade, funcionalidades, interação, distribuição, etc., se tornando uma referência interessante para quando se cria novos produtos e serviços.


Focar apenas na inovação de produto torna sua empresa vulnerável. Concorrentes podem replicar suas funcionalidades ou superá-las rapidamente. A verdadeira vantagem competitiva surge quando você inova em múltiplas dimensões do seu negócio. Isso cria barreiras de entrada significativamente mais altas e um ecossistema de valor que é muito mais difícil de copiar.

A inovação multidimensional pode gerar vantagens competitivas muito mais duradouras e difíceis de copiar. Se uma empresa foca apenas na inovação de produto, ela se torna vulnerável a concorrentes que inovam em outras dimensões, como o modelo de entrega ou a experiência do cliente.


Vamos explorar como cada tipo de inovação pode ser aplicado em contextos de startups e empresas digitais:

  • Modelo de Lucro: Modelos variados de aquisição do produto ou serviço, como assinatura ou freemium que transformam a forma como o valor é capturado.

  • Network: Parcerias estratégicas que expandem seu alcance ou criam ecossistemas de valor. Até mesmo abordagens como inovação aberta, prêmios, terceirizações de setores, podem ser vistas como uma inovação da rede do empreendimento em busca de solucionar desafios difíceis, podendo ser pontuais, ou programas duradouros.

  • Estrutura: Focada na organização dos ativos de uma empresa, podem abranger desde a gestão de talentos de ponta a configurações de equipamentos de capital pesado. Um exemplo são os modelos de trabalho remoto ou equipes autônomas que otimizam a eficiência, ou ainda, a criação de uma universidade coorporativa para oferecer formação contínua e de alto nível, sendo especialmente difícil dos concorrentes copiarem.

  • Processo: Tratando de processos que envolvem as atividades que produzem os principais produtos ou serviços oferecidos, podemos ter como exemplo, a automação de tarefas repetitivas, ou a otimização de fluxos de trabalho internos para reduzir custos.

  • Desempenho do Produto: A melhoria contínua de funcionalidades existentes ou a adição de novas que superam a concorrência, simplificação de uso, melhoria de usabilidade, repensar o a produção do produto de forma circular e sustentável.

  • Sistema de Produto: A criação de um ecossistema de produtos interconectados, como o combo de vários produtos em um único pacote.

  • Serviço: Um atendimento ao cliente excepcional ou um suporte proativo que diferencia sua marca, criação de planos de manutenção, ou substituição de produtos com tempo avançado de uso.

  • Canal: A exploração de novos canais de venda ou distribuição, como marketplaces, canais digitais, que podem ser mixados com uso de pontos físicos como lojas conceito, lojas pop-ups, desenvolvendo uma distribuição indireta ou marketing multinível.

  • Marca: A construção de uma identidade de marca forte e uma narrativa que ressoa com seu público, fazendo ele desejar fazer parte desse grupo de consumo.

  • Engajamento do Cliente: Oferecem amplas vias de exploração e interação com o produto, como programas de fidelidade, comunidades online ou experiências personalizadas que mantêm o cliente conectado.


A implementação de uma estratégia de inovação multidimensional, que abrange os 10 tipos de inovação, exige uma abordagem estruturada e validada. A expertise em estruturação de modelos de negócio e o apoio ao empreendedorismo corporativo são cruciais para garantir a viabilidade e sustentabilidade das iniciativas inovadoras.

Metodologias como o Design Thinking são fundamentais para aprofundar o entendimento das dores dos usuários e, a partir daí, encontrar soluções verdadeiramente inovadoras. Além disso, a aplicação de abordagens como a Análise “As Is / To Be”, Design Sprints permite às empresas identificar desafios atuais, projetar um futuro mais eficiente e construir um plano estratégico claro para a evolução de seus produtos e serviços.


Não limite o potencial de crescimento da sua startup ou empresa. Ao pensar quais tipos possíveis de inovação você pode explorar para seu produto ou serviço, você descobre novas alavancas para criar valor, diferenciar-se e construir uma posição competitiva de mercado.

Sua estratégia de inovação está completa? Agende uma sessão estratégica com a Futura UX para mapear seu próximo movimento inovador!


OCDE: Manual de Oslo
Livro: Larry Keeley: 10 tipos de inovação.
Post: Bruno Machado: Os 10 tipos de inovação e a atitude para executar e gerar valor

UX, Design estratégico e Inovação.

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